Grupo de Trabalho de Petróleo, Gás, seus Derivados e Biocombustíveis promove sessão de reflexão sobre ESG na Indústria Petrolífera
Grupo de Trabalho se reuniu para refletir sobre sobre as boas práticas ambientais, sociais e de governança na Industria petrolífera e os desafios da Regulação nesse campo.
No dia 14 de maio de 2025, realizou-se mais uma sessão do Grupo de Trabalho de Petróleo, Gás, seus Derivados e Biocombustíveis (GT-PGB) da RELOP, tendo como tema central: “ESG na Indústria Petrolífera e os Desafios para a Regulação do Setor”.
A reunião teve como objetivo promover uma reflexão conjunta entre reguladores, operadores e demais partes interessadas sobre as boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) aplicadas ao setor petrolífero, bem como discutir os principais desafios e oportunidades que se colocam para a regulação num contexto atual e de futuro.
A sessão contou com a intervenção de três oradores principais da ERSE, da TotalEnergies em Angola e da empresa C-More.
Durante a primeira intervenção, António Domingues, em representação da ERSE, apresentou uma visão regulatória sobre os desafios e caminhos para a integração de critérios ESG na atuação dos reguladores do setor energético. O mesmo destacou ainda a nova Diretiva Europeia 2022/2464 (CSRD) que reforça as exigências de reporte de sustentabilidade, promovendo maior transparência e integração com os relatórios financeiros. Em ato contínuo, António Domingues realçou a obrigatoriedade de reportes objetivos sobre temas como neutralidade carbónica, gestão de resíduos, igualdade de género e ética corporativa. Também foi abordada a Taxonomia da UE, que estabelece critérios científicos para identificar atividades económicas ambientalmente sustentáveis, apoiando a transição para uma economia de baixo carbono, mais resiliente e eficiente no uso de recursos.
Samora Kitumba, representando a TotalEnergies em Angola, abordou a estratégia de sustentabilidade e ESG da TEPA (TotalEnergies EP Angola), destacando as iniciativas implementadas no contexto angolano bem como os compromissos da empresa com a transição energética e o desenvolvimento sustentável. A abordagem segue um modelo estruturado em pirâmide, o qual é fundamentado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e ajustado às especificidades regionais. As ações são guiadas por cinco alavancas essenciais, a saber: 1. consumo de energia, 2. emissões de carbono, 3. questões ambientais, 4. envolvimento comunitário e 5. bem-estar dos colaboradores. Os quatro eixos estratégicos incluem energia sustentável, cuidado ambiental, impacto social e qualidade de vida. A meta global é atingir a neutralidade de carbono até 2050, sendo que se pretende uma redução de emissões em 50% até 2030. No processo de transição energética, a empresa foca na eficiência e também em soluções mais limpas, como a redução da queima de gás e a adoção de novas tecnologias. Além disso, investe em projetos sociais em Angola, abrangendo 12 províncias, o que reforça seu compromisso com as comunidades.
Francisco Granja, da empresa C-More, que apresentou soluções tecnológicas inovadoras para implementação e monitoramento de iniciativas corporativas de ESG, com foco em ferramentas digitais de gestão, rastreabilidade e reporte. A empresa desenvolveu um software de sustentabilidade líder de mercado, modelo SaaS plug-and-play, acessível a negócios de qualquer porte e instituições que buscam aprimorar a maturidade ESG de seus portfólios e cadeias de valor. C-MORE reforça que desafios sociais exigem esforços além do governo e do setor sem fins lucrativos, destacando o papel crucial das empresas na construção de um futuro sustentável.
Como apontado pelo Relatório Brundtland (1987), modelos de negócios mais sustentáveis e circulares são uma necessidade fundamental para responder aos desafios de hoje sem comprometer a capacidade das gerações futuras de fazer o mesmo.
A troca de experiências e o diálogo promovido durante esta reunião reforçam o compromisso da RELOP em fomentar o alinhamento das práticas regulatórias com os princípios de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental no setor petrolífero.